Quatro indígenas Avá-Guarani são baleados em novo conflito no Paraná; uma criança está entre feridos


Caso aconteceu entre Guaíra e Terra Roxa, oeste do estado. Segundo Conselho Indigenista Missionário, quatro vítimas foram encaminhadas para hospitais. Indígenas divulgam imagem de criança ferida em conflito em Guaíra
Conselho Indigenista Missionário
Quatro indígenas Avá-Guarani ficaram feridos durante o ataque a uma área de disputa de terras entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná. A Polícia Federal (PF) investiga o caso, que aconteceu na noite de sexta-feira (3).
Quatro pessoas, de 7, 14, 25 e 28 anos foram atingidas, conforme o Consórcio de Saúde dos Municípios do Oeste do Paraná (Consamu), e levados para o Hospital Bom Jesus de Toledo. Não há detalhes sobre o estado de saúde das vítimas.
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Imagens divulgadas pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) mostram indígenas cobertos de sangue.
De acordo com o órgão, a comunidade foi atacada a tiros, de surpresa, por pessoas que armaram uma emboscada.
A suspeita deles é que o grupo indígena estivesse sendo monitorado em pelo menos três pontos da aldeia Yvy Okaju.
Um dos indígenas baleados em conflito no dia 3 de janeiro de 2025
Conselho Indigenista Missionário
O CIMI também informou que o grupo tem sido alvo de ataques desde 30 de dezembro de 2024, quando a região da aldeia foi atingida por rojões e, também, por um incêndio que eles acreditam ter origem criminosa.
Nos dois últimos dias do ano, conforme o grupo, dois membros da aldeira ficaram feridos.
Segundo indígenas, casa na aldeia foi incendiada em ataque no dia 31 de dezembro
Conselho Indigenista Missionário
Vilma Vera, da Comissão da Mulher Indígena da aldeia Yvy Okaju, disse que o grupo tem pedido ajuda ao Governo Federal.
“É uma guerra, na verdade. Nós estamos sendo atacados todos os dias, todas as noites. Nós não temos armas para nos defender. A única coisa que nós temos é o nosso corpo.”
Em nota, a PF disse que forças de segurança federais, estaduais e municipais estiveram no local na noite de sexta (3) para evitar novos episódios de violência. Afirmou, também, que apura a responsabilidade criminal dos envolvidos e, na manhã deste sábado (04), realiza perícia no local.
Desde o início de 2024, a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) tem feito monitoramento da região de maneira mais constante, porém, conforme os indígenas, eles não estavam no local no momento do ataque.
O g1 aguarda retorno do Ministério dos Povos Indígenas e do Minstério da Justiça e Segurança Pública sobre o caso.
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Conflitos no oeste do Paraná
O conflito por demarcação de terra na região oeste do Paraná é histórico.
Indígenas reivindicam novos lugares porque, durante a construção da Usina de Itaipu, muitas áreas rurais das duas cidades ficaram alagadas e as áreas ocupadas seriam de terras que não passaram por processo de demarcação.
Paralelamente, agricultores afirmam ter direito à área em disputa.
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