João Marcos Luz foi alvo de uma representação do MPF após divulgar um vídeo pedindo para a população fiscalizar a Parada Gay. Ex-vereador João Marcos Luz vai comandar a Secretaria de Direitos Humanos
Lucas Thadeu/ Rede Amazônica
O ex-vereador João Marcos Luz (PL), derrotado nas últimas Eleições, foi nomeado para comandar a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) na gestão do prefeito Tião Bocalom (PL).
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Durante o mandato de vereador, João Marcos Luz se envolveu em algumas polêmicas. Luz é autor de um projeto de lei que queria proibir a participação de crianças e adolescentes na parada Gay. O projeto, aprovado na Câmara, foi vetado pelo prefeito Tião Bocalom (PL), por ter indícios de inconstitucionalidade.
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O prefeito Tião Bocalom (PL) comentou a nomeação de Luz. “Pra mim, é a pessoa perfeita e certa para poder assumir a secretaria de Assistência Social. O João é uma pessoa muito dedicada, que eu conheço há mais de 30 anos, parceiro e amigo. Como líder na Câmara fez um grande trabalho, tem conhecimento de todas as áreas, uma pessoa inteligente. Não tenho dúvida nenhuma que vai poder ajudar muito,” disse.
Questionado se a nomeação não vai criar uma divergência com a comunidade LGBT, Bocalom todos serão respeitados e defendeu o posicionamento de Luz.
“Nós temos que entender que a maioria sempre vai prevalecer e a minoria é um respeito que nós temos e vamos continuar tendo. A nossa gestão teve algum problema com minoria? Não! Ao contrário, nós sempre tratamos todo mundo igual. Eu tenho certeza que o João vai continuar fazendo isso. Agora ele tem os princípios dele e eu defendo os princípios dele, como eu defendo os meus. Eu não acho que isso tá errado quando ele tava defendendo que que criança não participasse de parada gay. Qual o problema? Nós não temos o direito?,” disse.
No dia 13 de dezembro de 2024, O Ministério Público Federal do Acre (MPF-AC) enviou uma representação à Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Acre (MP-AC) para que fosse apurado possível crime de LGBTfobia pelo então vereador.
Na representação, o MPF pediu que a conduta do parlamentar fosse avaliada por causa de um vídeo publicado por ele em uma rede social antes da Parada LGBT+, que ocorreu no dia 1º de dezembro de 2024 em Rio Branco.
No vídeo, o parlamentar aparecia convocando a população de Rio Branco a fiscalizar a 17ª Parada do Orgulho LGBT+. Ainda no dia 1º, uma decisão da Vara do Juiz de Garantias determinou que o vereador e dois portais de notícias apagassem o vídeo.
O órgão federal argumentou que o conteúdo publicado pelo vereador atribui à comunidade uma ‘agenda perversa’ e investe em pânico moral, e, por conta disso, pede que o MP analise uma possível ação penal contra Luz.
Na época, vereador afirmou ao g1 que a acusação é baseada em ‘divergências políticas e aparente advocacia para o movimento LGBTQIA+’.
Ele disse ainda que procurou advogados e recebeu apoio da Associação de Mulheres, Mães e Trabalhadoras (Matria) para estudar a situação e ‘estudar possível responsabilização dos acusadores’.
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