Condenado por matar Mércia, Mizael Bispo quer cumprir resto da pena fora da cadeia


Defesa de Mizael entrou com pedido de progressão para o regime aberto neste ano, mas ainda não há resposta da Justiça. Ministério Público quer que ele faça teste de Rorschach. Condenado por matar Mércia Nakashima, Mizael Bispo quer cumprir resto da pena fora da cadeia
Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Condenado por matar a ex-companheira Mércia Nakashima, o ex-policial Mizael Bispo de Souza tenta cumprir o resto da pena a qual foi condenado fora da cadeia. Desde janeiro, ele pleiteia progressão ao regime aberto, como foi concedido à Anna Carolina Jatobá, Suzane Richthofen e Elize Matsunaga.
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Mizael foi condenado a cumprir mais de 20 anos de prisão por assassinar a ex-namorada e advogada Mércia Nakashima, em 2010 – leia mais sobre o crime abaixo.
Ele cumpre uma pena total de 21 anos e 3 meses de prisão, em regime semiaberto, na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, onde também estão detidos outros presos famosos, como Alexandre Nardoni e Cristian Cravinhos.
O benefício ao regime semiaberto foi concedido pela Justiça em 2022. Agora, Mizael pleiteia a progressão ao regime aberto.
Mizael Bispo de Souza
globo news
A defesa de Mizael entrou com um pedido para progressão em janeiro deste ano. Os advogados argumentam que ele tem ótimo comportamento carcerário, tendo exercido funções como de faxina, artesanato, biblioteca. Atualmente ele exerce a função de carteiro no presídio.
Além disso, de acordo com a defesa, diferentes profissionais – como assistentes sociais, psicólogo e psiquiatra – analisaram Mizael e são a favor da progressão.
Durante o processo, o Ministério Público entrou com um pedido para que Bispo realizasse o Teste de Rorschach, usado para apurar as características da personalidade e do funcionamento emocional de um paciente.
Em desacordo com a recomendação do MP, a defesa do detento entrou com um pedido liminar para a não realização do teste, alegando que o exame caiu em desuso.
Em decisão do dia 14 de junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou a liminar e manteve a necessidade de realização do exame. Não há prazo para uma decisão sobre o pedido de progressão ao regime aberto.
Procurado pelo g1, o promotor Paulo de Palma defendeu a necessidade do exame de Rorschach para avaliação da progressão ao regime aberto.
“Não é que eu entenda que ele precisa passar por isso. Eu me sinto mais seguro. A justiça não exige esse teste, mas autoriza a realização. É uma questão de cautela maior, já que esse exame é o mais preciso para precisar o perfil psicológico do paciente”, explicou.
Os advogados de defesa de Mizael foram procurados, mas não quiseram se manifestar.
Parente observa corpo de Mércia Nakashima
Arquivo/Reprodução/Paulo Toledo Piza/G1
O crime
Mércia estava desaparecida desde 23 de maio de 2010, quando foi vista pela última vez em Guarulhos, na Grande São Paulo. Seu carro e seu corpo foram encontrados pela Polícia Civil, respectivamente, em 10 e 11 de junho numa represa em Nazaré Paulista, na região metropolitana.
Segundo a perícia, a advogada foi baleada e morreu afogada. A vítima tinha 28 anos. A investigação e o Ministério Público acusaram Mizael de matar Mércia por ciúmes e vingança por ela não ter reatado o namoro com ele. De acordo com a acusação, um homem chamado Evandro o ajudou a fugir do local.
Mizael e Evandro foram condenados pelos crimes de homicídio doloso qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa de Mércia. Em outras ocasiões, os dois sempre negaram os crimes e se disseram inocentes.
Carro de Mércia Nakashima é encontrado em represa
Arquivo/Paulo Toledo Piza/G1
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