O verão é uma estação conhecida pelo sol e altas temperaturas. O calor, misturado com massas frias de ar, cria áreas de chuvas. Essas pancadas que surgem ao longo do dia, embora rápidas, podem ser intensas, com raios, ventos fortes e até granizo.
Um exemplo aconteceu na capital do estado de São Paulo esta semana. A chuva, porém, causou transtornos, deixando milhares de pessoas sem luz.
Além da capital, essa condição pode atingir especialmente a região de Sorocaba, Grande SP, Campinas, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Litoral Sul, Baixada Santista e Litoral Norte.
O tenente Matheus Roncatto, Diretor do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do Estado de São Paulo explica que nessa época do ano é comum que pancadas de chuva possam ocorrer ao longo do dia.
“A gente já veio de um dezembro, um fim de ano muito chuvoso. E a expectativa agora para janeiro, para os próximos meses, é da persistência dessa chuva. Principalmente pra nós aqui, região sudeste, estado de São Paulo, esse período de verão é característico dessa chuva em forma de pancadas, o que a gente chama de pancadas de verão”, explicou Roncatto para a rádio Cruzeiro FM.
Os meteorologistas chamam essas chuvas de chuvas convectivas. Além dessas pancadas, os dias de verão também são acompanhados de calor, sol e clima abafado.
“E ai acontece, durante o dia, alguns fenômenos meteorológicos, o aquecimento da superfície, do ar, da superfície, esse ar ele sobe, encontra um ar mais frio em camadas mais altas da atmosfera e a gente tem a formação da chuva em forma de pancadas, que mesmo sendo às vezes bem rápidas e isoladas, elas podem vir de forma muito intensa e acompanhada de rajadas de vento e até mesmo queda de granizo”, ressalta o tenente.
Os últimos dados mostram que os maiores acumulados de chuva das últimas 96 horas se concentraram em municípios da faixa leste e do litoral paulista.
Destaques para:
• São Vicente: 138mm
• São Paulo: 98mm
• São Sebastião: 93mm
• Caraguatatuba: 80mm
• Santos: 78mm
• Ubatuba: 74mm
• Guarujá: 65mm
Esses volumes reforçam a necessidade de atenção nas regiões litorâneas, onde o solo encharcado pode aumentar o risco de deslizamentos e alagamentos.
Preparação da Defesa Civil de São Paulo
Roncatto enfatiza que é importante a população acompanhar a previsão do tempo e os alertas emitidos pela Defesa Civil. O tenente explica que é feito um trabalho mesmo antes mesmo do início desse período chuvoso.
“Nós temos aqui no estado de São Paulo, a Operação São Paulo sempre alerta, que ela é perene, ela acontece o ano inteiro, mas justamente agora nos meses mais críticos, entre o mês de dezembro e o mês de março, que é esse período de verão, dessa temporada de chuvas, é onde a gente fica ali no momento de mobilização total da operação que a gente chama de fase vermelha”.
Para isso, a Defesa Civil faz um monitoramento constante, 24 horas, contato com os municípios de forma ininterrupta. As equipes passaram por treinamento e simulados nos meses de outubro e novembro em vários municípios dos estado.
“Muitas vezes, a gente costuma lembrar da Defesa Civil nos momentos de tragédia e de emergência, é o que a gente chama de ciclo completo de Defesa Civil. Esse trabalho acontece após o desastre, mas também muito na parte de prevenção, preparação, capacitando a população e os agentes municipais de Defesa Civil”, ressaltou o tenente.
Recomendações da Defesa Civil
A Defesa Civil do Estado de São Paulo orienta a população a adotar medidas preventivas e a seguir as recomendações de segurança durante a semana:
• Evite áreas de risco, como encostas, margens de rios e locais com histórico de alagamentos.
• Mantenha-se em locais seguros durante tempestades, evitando árvores, estruturas metálicas e áreas abertas.
• Redobre a atenção no litoral e em municípios com acumulados elevados nos últimos dias.
• Limpe calhas, ralos e bueiros para prevenir alagamentos.
• Em emergências, acione a Defesa Civil pelo telefone 199 ou o Corpo de Bombeiros pelo 193.
“Às vezes a gente fica até sendo um pouco repetitivo, mas é o que mais funciona, que é a pessoa evitar aí se expor ao risco, então infelizmente a gente Ainda tem muitos óbitos relacionados a alagamentos, enxurradas de pessoas ali que, seja com veículo, seja a pé, tentam atravessar uma área alagada, tentam atravessar uma área com fortes chuvas e acabam sendo vitimadas”, conta Roncatto.
O tenente também aconselha que quando houver uma tempestade rápida, é importante aguardar em local seguro até a passagem das chuvas. Caso a pessoa esteja na praia, em parque ou em algum local aberto e perceba barulhos de trovões, a pessoa deve procurar abrigo.
E atenção, nada de ficar embaixo de uma árvore e, muito menos, dentro da água. Esses lugares potencializam as chances de queda de raio.
“Procure imediatamente um local seguro. De preferência, um local elevado que vai evitar a formação de alagamento”, aconselha Roncatto.
O tenente ainda diz que para mais informações e atualizações sobre as condições climáticas, podem ser encontradas nos canais oficiais da Defesa Civil do Estado de São Paulo.