Gustavo Madeira, de 29 anos, é natural de Jacareí, no interior de São Paulo, e faz pós-doutorado na França. O cientista contribuiu em uma missão com a agência espacial. Gustavo Madeira é físico e estuda a formação de satélites.
Arquivo Pessoal/Gustavo Madeira
Para quem é pesquisador e vive da ciência, poder se especializar em instituições renomadas e contribuir com missões da Nasa, a agência espacial americana, pode ser um marco na carreira. Para o brasileiro Gustavo Madeira, de 29 anos, mais do que um sonho pessoal, isso se tornou realidade.
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Natural de Jacareí, cidade no interior de São Paulo, o pesquisador é formado em física pela Unesp, em Guaratinguetá (SP) e atualmente está fazendo um pós-doutorado na França.
Gustavo conta que sempre foi apaixonado por astronomia e que até o mestrado estudava anéis planetários, mas no doutorado encontrou um novo objeto de estudos: a formação de satélites. Essa mudança foi fundamental para abrir portas na Nasa.
“Minha pesquisa é sobre formação de satélites. Os asteroides perdem material e esse material forma um anel. As partículas do anel colidem e espalham, formando outros satélites. Eu estudo o quão rápido o satélite perde material e forma outro satélite maior e vários satélites pequenos”, explica.
Gustavo Madeira é físico e estuda a formação de satélites.
Arquivo Pessoal/Gustavo Madeira
Segundo Madeira, foi esse estudo que desenvolveu, no ramo de satélites, que fez com que ele participasse de missões com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa).
“No doutorado, fui para a França e a pessoa que me orientou trabalhava na missão da ESA. Trabalhando junto com ele, ele me chamou pra participar das reuniões da missão. Lá todo mundo demonstrou interesse no meu projeto mesmo sem ainda fazer parte da missão em si. Aí depois veio o convite pra fazer parte”, conta.
Além da pesquisa, o físico conta que publicou um artigo que previu um fenômeno espacial. Essa ‘previsão’ fez com que Gustavo ganhasse atenção da mídia internacional e também da Nasa.
“A Nasa tem a missão Lucy, que passou por um asteroide Dinkinesh e descobriu um satélite nesse asteroide. Um dia depois liberou imagem da área de contato desse satélite e mostrou um formato que nunca havia sido visto. Meu artigo, publicado uma semana antes, previu esse acontecimento e causou grande impacto, foi o que chamou atenção da mídia. Ainda mais pelo tempo que aconteceu, foi o momento perfeito”, lembra o cientista.
Gustavo Madeira é físico e estuda a formação de satélites.
Arquivo pessoal
Atualmente, Gustavo segue fazendo pós-graduação na França, que deve concluir em 2025, desenvolvendo a missão com a ESA e realizando outros estudos na área de satélites.
Após esse ciclo fechar, o objetivo de Gustavo é ser professor permanente de universidade. Apesar dos desafios que a trajetória acadêmica traz, ele acredita que o trabalho na área da educação pode impactar ainda mais pessoas, principalmente as que sonham em viver da ciência.
“Viver de ciência é bem complicado. Diria que até um pouco tóxico, porque é muita competição e ganha pouco dinheiro. Então acho que o caminho é mostrar modelos positivos. Além disso, melhorar o ensino, investindo mais em ciência”, finaliza.
Gustavo Madeira é físico e estuda a formação de satélites.
Arquivo pessoal
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