‘Novo cangaço’: entenda o crime que destruiu bancos e assustou moradores em Santa Branca, SP


O termo se refere a criminosos que preferem atacar instituições que guardam dinheiro em cidades pequenas, onde as forças de segurança não têm estrutura para enfrentar bandidos fortemente armados. Criminosos explodem agências bancárias e trocam tiros com a polícia no interior de SP.
André Rosa/TV Vanguarda
O ataque a bancos em Santa Branca, no interior de São Paulo, foi identificado pela polícia e pelo Banco do Brasil como um ataque do tipo “novo cangaço”. A expressão tem sido utilizada para caracterizar a ação de organizações criminosas fortemente armadas que cercam pequenas cidades para praticar assaltos, geralmente a agências bancárias.
A pacata Santa Branca tem menos de 14 mil habitantes e viveu uma madrugada violenta no último sábado (1º). Explosões em dois bancos, mais de 40 minutos de troca de tiros com a polícia, casas atingidas por balas perdidas e rodovias interditadas por barricadas de fogo montadas por criminosos.
O modo de ação da quadrilha e as características de Santa Branca, conhecida na região pela tranquilidade, reforçam a análise dos órgãos de que a ação premeditada é de um grupo criminoso do “novo cangaço”.
Essa modalidade de assalto, que assusta a população pela violência empregada, é chamada por policiais de “novo cangaço” em alusão ao histórico bando de Lampião, que levava o medo a cidades do sertão nordestino em meados dos anos de 1930.
Criminosos explodiram agência do Banco do Brasil em Santa Branca.
Peterson Grecco/TV Vanguarda
Segundo a polícia, nesta modalidade de crime, os bandos preferem atacar, em sua maioria, instituições que guardam dinheiro em cidades pequenas, onde as forças de segurança não têm poderio bélico e estrutura para enfrentar bandos fortemente armados.
Em alguns casos, além de explodirem caixas eletrônicos e cofres, os bandidos encapuzados chegam a usar reféns, para impedir a aproximação da polícia.
Criminosos explodem agências bancárias e trocam tiros com a polícia no interior de SP.
André Rosa/TV Vanguarda
Ataques do “novo cangaço” têm se tornando mais frequentes em todo o país nos últimos anos, principalmente em cidades pequenas e médias. Investigações indicam que as ações são planejadas e executadas por membros de organização criminosa.
Em Santa Branca, a estimativa é que 15 pessoas tenham participado do ataque. O grupo conseguiu fugir com o auxílio de seis veículos e, dois dias após o crime, ainda não foram presos ou identificados.
Parede de casa atingida por disparos durante troca de tiros com a polícia.
Reprodução
Equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar seguem fazendo buscas e pesquisas para tentar localizar a quadrilha. Quando localizados, os criminosos envolvidos no caso poderão responder por roubo a banco e também por tentativa de homicídio, já que eles atiraram contra policiais e residências de moradores.
O caso é investigado pela DEIC de São José dos Campos. Denúncias anônimas sobre a identidade ou o paradeiro dos bandidos podem ser feitas pelo telefone 181.
Criminosos explodem agências bancárias e trocam tiros com a polícia no interior de SP
Invasão em Santa Branca
O crime teve início por volta das 4h deste sábado (1º). Os bandidos invadiram uma agência do Banco Santander e outra do Banco do Brasil. Os artefatos explosivos destruíram o interior das agências e chegaram a abrir buracos nas paredes.
Na ação, houve troca de tiros entre a polícia e os criminosos. Duas viaturas da PM foram alvejadas e alguns disparos atingiram casas de moradores que ficam próximas das agências bancárias. Nenhum morador ou policial ficou ferido.
Vídeos gravados por moradores mostram o barulho das explosões e da troca de tiros durante a madrugada (veja acima). O confronto entre a polícia e a quadrilha durou pelo menos 40 minutos.
Criminosos explodem agências bancárias e trocam tiros com a polícia no interior de SP.
Peterson Grecco/TV Vanguarda
Uma estrada da cidade ficou interditada durante a invasão, pois os criminosos atearam fogo em materiais, obstruindo a via e impossibilitando a passagem de pedestres e motoristas.
Um dos bancos invadidos fica em frente a delegacia da cidade, que estava fechada no momento das explosões. Até a publicação desta reportagem, não havia informações se os criminosos conseguiram levar algo das agências.
Criminosos atiraram contra a PM na fuga.
Reprodução
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