Em oitivas, organizações sociais admitem situações difíceis nas UPAs em Taubaté; dívida na saúde chega a R$ 33,7 milhões


Representantes citam atraso de pagamento de fornecedores e racionamento de medicamentos. Novos depoimentos na CPI da saúde em Taubaté
A Câmara de Taubaté realizou nesta quarta-feira (13) mais duas oitivas com duas organizações sociais (OSs) que administram as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) no município.
Em depoimentos, que aconteceram durante a manhã e a tarde, representantes das OSs admitiram que fornecedores não estão sendo pagos e que algumas medidas precisaram ser tomadas nas unidades diante da crise financeira.
Pela manhã, os vereadores ouviram Anis Gatthás Mitri Filho, presidente da Santa Casa de Chavantes, que administra a UPA San Marino e a UPA Santa Helena.
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Em depoimento, o presidente afirmou que a expectativa da OS é de receber mais um repasse da prefeitura municipal até o próximo dia 20, para fazer o pagamento dos médicos. Devido ao atraso do repasse da verba, ele afirmou que algumas medidas de racionamento foram tomadas.
“A gente consegue economizar em horas médicas, horas extras, protocolos assistenciais onde você dá remédios específicos para cada doente, para não ter desperdício e nem falta [do remédio] para o paciente. É um racionamento saudável”.
UPA Santa Helena em Taubaté
Prefeitura de Taubaté/Divulgação
À tarde, foi a vez da oitiva com os membros do Instituto Esperança (Iesp) – organização social que atualmente administra a UPA Central e a UPA do Cecap.
Durante o depoimento, o diretor financeiro da Iesp, Hugo Nunes da Cunha Junior, afirmou que ambas as unidades estão atendendo mais do que a quantidade prevista e que fornecedores estão há algum tempo sem receber.
Segundo o diretor, a projeção atual da UPA Central era de um atendimento mensal de 8,6 mil pessoas, mas a média tem sido de pelo menos 10 mil pessoas atendidas por mês. Já na UPA do Cecap, a projeção era de 5,5 mil moradores atendidos, mas, no momento, a média é de 9 mil atendimentos por mês. No mês passado, foram 10,6 mil pessoas atendidas – número maior que o dobro previsto pela Iesp.
“Não existe engenharia financeira. Existem fornecedores, principalmente na UPA Cecap, que estão há algum tempo sem receber. Não existe mágica. O que recebemos hoje é para pagar folha [salarial] e médicos. Grande parte [do pagamento] dos fornecedores está em aberto. Aqueles fornecedores que não têm caixa financeiro para sustentar uma situação dessas pedem para deixar o contrato”.
Ainda de acordo com o representante da Iesp, foram enviados ofícios à prefeitura relatando a situação atual das UPAs, sendo que o último deles foi enviado em abril deste ano. Segundo o diretor, desde então, o Instituto segue sem resposta.
Dívidas
À reportagem, a Prefeitura de Taubaté atualizou os valores devidos na área da Saúde atualmente. Ao todo, o valor devido na Pasta, com a administração das unidades de saúde, é de R$ 33,7 milhões.
A maior dívida segue sendo a do Hospital Municipal Universitário de Taubaté (Hmut), que, segundo a prefeitura, está em R$ 15,7 milhões.
UPA San Marino
Divulgação/ Prefeitura de Taubaté
Ainda de acordo com a Administração, entre as OSs que administram as UPAs na cidade, o maior valor devido é ao Iesp: R$ 9,8 milhões, sendo R$ 9 milhões na UPA Central e R$ 834 mil na UPA do Cecap.
Já com a Santa Casa de Chavantes, a dívida chega a R$ 8,2 milhões. Esse montante, segundo a prefeitura, é dividido em R$ 5,2 milhões devidos à UPA San Marino, além de outros R$ 3 milhões à UPA Santa Helena.
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