Justiça concede liberdade provisória para médico e enfermeira condenados pela morte de vendedora em São José dos Campos, SP


Eles estavam presos desde o dia 13 de setembro, quando foram condenados pelo assassinato de Jaqueline Barros, crime que ocorreu em 2017. A dupla cumpria pena em Tremembé (SP). Médico e ex-companheira condenados pela morte de vendedora Jaqueline Barros.
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O Tribunal de Justiça concedeu liberdade provisória para o médico Gustavo André da Costa de Sá e a ex-companheira dele, Camila Faria Minamissawa, que foram presos no dia 13 de setembro, após serem condenados pela morte da vendedora Jaqueline Barros, que foi assassinada em 2017 em São José dos Campos.
A enfermeira Camila Faria Minamissawa, que era companheira do médico na época do assassinato, e que foi condenada a 20 anos de prisão em regime fechado, cumpria pena na Penitenciária 1 de Tremembé, mas foi solta na tarde desta quinta-feira (21).
Já o médico Gustavo André da Costa de Sá, condenado a 32 anos e 6 meses de prisão por mandar matar a ex-esposa Jaqueline Barros, cumpria a pena na Penitenciária 2 de Tremembé (SP). Após conseguir o alvará, ele aguarda para sair da prisão, devendo ser solto até sexta-feira (22).
A dupla estava detida desde o dia 13 de setembro, quando foram condenados juntamente com Jéssica Cristina Viana, que também era ré no processo por ter indicado o assassino para matar a vendedora. Jéssica, porém, foi condenada a 8 anos de prisão e cumpre a pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleira e restrições.
O g1 acionou a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e o Tribunal de Justiça (TJ), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Procurado pelo g1, o advogado de defesa Ary Bicudo, que representa os réus Camila e Gustavo, confirmou que os dois receberam o alvará de soltura concedendo liberdade provisória.
Por telefone, uma irmã de Jaqueline lamentou a decisão. “Infelizmente, a lei no Brasil é falha. Esperamos que os dois voltem logo ao regime fechado, pois foram condenados”, disse.
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O crime
Jaqueline, que tinha 28 anos e era ex-esposa de Gustavo, foi morta a tiros no dia 8 de maio de 2017, na loja em que trabalhava, no bairro Jardim Esplanada, área considerada nobre da cidade.
Para a polícia, Jaqueline Barros foi morta por causa de uma disputa judicial em um processo de divórcio. A vítima era dependente financeira do marido e havia conseguido uma pensão alimentícia. A dívida do médico com a vítima era de R$ 30 mil.
Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que o assassino, Maycon de Jesus, chega ao local.
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Ainda segundo as investigações, Gustavo contou a intenção de matar Jaqueline para sua companheira na época, Camila Faria Minamissawa, que pediu ajuda à sua colega de trabalho Jéssica Cristina Viana – as duas também são julgadas nessa semana, junto com Gustavo.
Jéssica, então, apresentou a Gustavo sua prima, Ana Claudia de Costa Lima, e o companheiro dela, Maycon Wesley da Silva de Jesus – executores do crime e que já foram condenados.
De acordo com o depoimento de Jéssica durante o júri, ela receberia R$ 2 mil por organizar o crime. O médico pagaria ainda R$ 5 mil para quem efetuasse os disparos.
Com o plano estabelecido, Gustavo foi até Campos do Jordão, onde moravam Jéssica, Ana Cláudia e Maycon, dar carona ao trio e levá-los à São José dos Campos , onde o crime aconteceu.
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Em frente à loja, Maycon caminhou em direção a Jaqueline e disparou três vezes. Dois dos tiros atingiram o rosto da vítima, que não resistiu e morreu.
Depois da execução, Gustavo levou o trio de volta a Campos do Jordão e retornou sozinho para São José, cidade onde morava. Durante a carona, Maycon devolveu ao médico a arma usada no assassinato.
No mesmo dia do crime, ainda segundo a acusação, Gustavo forjou uma tentativa de homicídio, ao atirar contra o próprio abdômen. Para a promotoria, a ideia dele era simular uma tentativa de homicídio e forjar um álibi.
A arma usada foi a mesma usada no crime e foi encontrada pela polícia no telhado da casa do médico.
Arte mostra como é o local onde foi realizado o júri popular do trio.
Arte/TV Vanguarda
O júri
Na terça-feira (12), o júri dos três réus durou cerca de 10 horas. O julgamento do médico Gustavo André Costa de Sá, da enfermeira Camila Faria Minamissawa (que era companheira de Gustavo na época do assassinato) e da Jéssica Cristina Viana – os três são acusados de serem os mentores do crime – o júri teve início com atraso, às 9h40. Os trabalhos foram suspensos às 19h25.
O júri foi formado por duas mulheres e cinco homens. Das 14 testemunhas convocadas inicialmente, foram ouvidas dez e também foi realizado o interrogatório dos réus.
Jéssica confessou a participação no crime, narrando ter recebido uma oferta de dinheiro por parte de Gustavo e Camila, para indicar uma pessoa para matar Jaqueline.
Ainda segundo o depoimento de Jéssica, Gustavo que negociou e pediu o crime, porém, segundo ela, foi a enfermeira Camila quem enviou uma foto de Jaqueline para mostrar quem era o alvo, tendo também participação no crime.
Por fim, a ré Jessica confessou que foi com a prima e o atirador em frente à loja onde Jaqueline trabalha, reconheceram a vítima e em seguida o atirador entrou para assassinar a jovem. Depois, os três fugiram.
Gustavo, Camila e Jessica foram julgados por morte de vendedora em São José
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Na quarta-feira (13), o júri começou às 09h15, com a fala da acusação. No período, o promotor Luís Fernando Guedes apresentou um documentário com imagens do crime, depoimentos de familiares, policiais e testemunhas.
“A vítima está debaixo da terra e eles [Gustavo, Camila e Jéssica] estão curtindo a vida adoidados”, disse o promotor em um dos momentos em que tentava convencer os jurados de que Jaqueline havia sido vítima de uma armação.
Pela manhã, Gustavo ficou sem reação durante a fala da acusação, enquanto Jéssica passou o tempo todo chorando. Camila também chorou por alguns momentos.
O júri teve um intervalo e foi retomado às 13h10, com a fala do advogado de defesa de Gustavo e de Camila. Na fala, a defesa tentou, por duas horas, convencer os jurados de que os dois eram inocentes.
Por fim, a defesa pediu a absolvição ou condenação simples aos réus para que não sejam aplicadas qualificadoras.
Às 15h10, a advogada de defesa de Jéssica alegou que ela foi seduzida nesse caso e que foi “ludibriada por uma amizade que tinha situação financeira muito melhor que ela”.
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