Local para onde governo de SP quer levar Champinha já abrigou Pedrinho Matador e ‘Bandido da Luz Vermelha’


Chico Picadinho, por exemplo, segue na Casa de Custódia de Taubaté. Governo quer transferir Champinha e outros internos de uma Unidade Experimental de Saúde para o local. Local para onde governo de SP quer levar Champinha já abrigou Pedrinho Matador e ‘Bandido da Luz Vermelha’.
Foto 1 – SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO | Foto 2 -Reprodução/Redes Sociais | Foto 3 – Kleber Tomaz / G1
Uma reunião realizada nesta sexta-feira (6) entre representantes do Governo de São Paulo, Ministério Público e Defensoria Pública, após um pedido da Justiça, discutiu a transferência Champinha para a Casa de Custódia de Taubaté.
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Roberto Aparecido Alves Cardoso – o Champinha – tem 36 anos e foi punido por sequestrar, torturar e matar um casal há 20 anos, em caso de grande repercussão no país – leia mais detalhes abaixo.
Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, aos 20 anos
SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO
Atualmente, o criminoso é interno da Unidade Experimental de Saúde (UES), na Vila Maria, na Zona Norte da capital paulista. Junto com ele, o Governo de São Paulo quer tirar quatro pessoas do local e transferir para a Taubaté, no interior de São Paulo – entenda abaixo.
O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) ‘Dr. Arnaldo Amado Ferreira’, localizado na cidade, atualmente abriga Chico Picadinho, conhecido por matar e esquartejar suas vítimas.
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Além dele, outros criminosos conhecidos no Brasil, como Pedrinho Matador e o Bandido da Luz Vermelha, já passaram pela Casa de Custódia de Taubaté, que é considerada também o berço de uma das maiores facções criminosas do país.
Casa de Custódia de Taubaté
Reprodução/Google Street View
Confira, abaixo, um histórico do local e os criminosos que já passaram por ele:
Pedrinho Matador
Pedrinho Matador durante entrevista a podcast
Reprodução/YouTube
Assassinado em março deste ano em Mogi das Cruzes, Pedro Rodrigues Filho – o Pedrinho Matador – foi um assassino em série do Brasil, condenado por dezenas de assassinatos.
Em uma entrevista para a revista “Época”, em 2003, ele chegou a dizer que teria matado mais de cem pessoas, incluindo crimes cometidos dentro do sistema prisional.
Homem conhecido como ‘Pedrinho Matador’ é assassinado na Grande SP
Reprodução/Redes Sociais
Sua primeira vítima foi o prefeito de Santa Rita do Sapucaí, cidade localizada no Sul de Minas Gerais, após seu pai ser demitido da prefeitura.
O assassino de sua mulher foi o segundo homicídio praticado por Pedrinho: “Estou fazendo um bem para a sociedade, limpando o mundo de covardes”, disse ele, que era a favor da pena de morte.
Quem foi Pedrinho Matador 
Em 1996, em entrevista exclusiva exibida no Fantástico, três anos antes de ser libertado e confessar que iria continuar a matar quando saísse da prisão, Pedrinho disse que matava por prazer e vingança.
Leia mais detalhes dos casos de Pedrinho Matador aqui
Chico Picadinho
Francisco Costa Rocha – o Chico Picadinho – é um dos internos de grande repercussão que segue na Casa de Custódia de Taubaté. Atualmente com 81 anos, ele foi condenado a mais de 20 anos de prisão por matar e esquartejar duas mulheres, nos anos de 1966 e 1976.
Chico Picadinho
Reprodução/TV Globo
O primeiro crime aconteceu em agosto de 1966, em um apartamento no Centro de São Paulo. Naquele dia, a bailarina austríaca Margareth Suida, de 38 anos, foi estrangulada e teve o corpo retalhado em vários pedaços. Ao ser interrogado, ele descreveu, com detalhes, como esquartejou a vítima utilizando tesoura, faca e lâmina de barbear.
O criminoso teve a liberdade condicional concedida pela Justiça em 1974 e, em outubro de 1976, matou Ângela de Souza da Silva e esquartejou o corpo da mulher, com serrote, faca e um canivete.
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Relembre a história de Chico Picadinho
Bandido da Luz Vermelha
Outro interno conhecido que já passou pela Casa de Custódia de Taubaté foi João Acácio Pereira da Costa – o Bandido da Luz Vermelha. Morto em 1998, o criminoso cometeu diversos crimes na década de 1960.
Ele invadir mansões para assaltar, apaga as luzes e usava uma lanterna vermelha. João Acácio confessou quatro assassinatos, além de ter respondido também por sete tentativas de homicídio e 77 assaltos.
Bandido da Luz Vermelha em fichário criminal
Kleber Tomaz / G1
Berço de facção criminosa
Uma das principais facções criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) foi criado por oito presos em 31 de agosto de 1993, no anexo da Casa de Custódia de Taubaté.
José Márcio Felício, conhecido como Geleião, em foto de novembro de 2005. Ele é um dos fundadores do PCC, em Taubaté
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo
Os detentos do chamado “Piranhão”, apontado então como o presídio mais seguro de São Paulo, haviam sido transferidos da capital para Taubaté por mau comportamento.
O grupo surgiu em uma partida de futebol e afirmava que havia sido criado para “vingar a morte dos 111 presos no massacre do Carandiru”, em referência ao episódio ocorrido em 2 de outubro de 1992, quando a tropa de choque da Polícia Militar, ao tentar conter uma rebelião no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo, provocou o maior massacre da história carcerária do Brasil.
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Casa de Custódia de Taubaté completa 100 anos.
Reprodução/ TV Vanguarda
A Casa de Custódia de Taubaté
Conhecida por receber condenados que cometeram crimes de grande repercussão, a Casa de Custódia de Taubaté tem 108 anos.
Em 1914, meses antes do previsto, o local nasceu com moldes da arquitetura da época: muros altos, paredes largas e grossas. Os primeiros detentos foram trazidos da Ilha Anchieta, desativada pelo governo da época.
Casa de Custódia de Taubaté, onde Chico Picadinho está preso.
Reprodução/TV Vanguarda
O prédio nasceu como presídio para adultos, se transformou ainda em reformatório de jovens, até virar um hospital psiquiátrico.
Em 1961, os detentos provocaram um incêndio em uma tentativa de fuga, mas o plano não deu certo. Dos 52 presos da época, 42 morreram.
Além disso, duas grandes rebeliões marcaram a história a casa. A última aconteceu em 2008, mas a pior em dezembro de 2002. A unidade ficou destruída depois de 36 horas de terror. Nove pessoas foram mortas e três delas decapitadas.
Em outubro de 2005, José Ismael Pedrosa, ex-diretor da unidade, foi morto com quatro tiros quando voltava para casa. Ele esteve no comando do Carandiru e viu em Taubaté o começo de uma facção criminosa dentro do presídio, o PCC.
Casa de Custódia de Taubaté
Reprodução/Google Street View
Hoje o prédio abriga um hospital psiquiátrico e de custódia. Os internos são presos que não têm condições de cumprir pena em um presídio comum ou que até já cumpriram pena, mas não têm condições de manter um convívio social.
Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, na Unidade Experimental de Saúde (UES) do Belém, em 2019.
Reprodução
Transferência de Champinha
O governo de São Paulo tentou transferir nesta sexta-feira (6) Roberto Aparecido Alves Cardoso, 36 anos, o Champinha, e outros quatro internos da Unidade Experimental de Saúde (UES), na Vila Maria, na Zona Norte da capital paulista.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) pretende levar os únicos cinco internos da UES para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) “Dr. Arnaldo Amado Ferreira”, em Taubaté, no interior de São Paulo.
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Morte do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé completa 10 anos
O crime
Em 2003, quando estava com 16 anos, Champinha e mais quatro adultos participaram dos assassinatos do casal Liana Friedenbach, também de 16, e Felipe Silva Caffé, de 19, em Embu Guaçu, na Grande São Paulo.
Os estudantes tinham ido acampar na cidade, mas foram sequestrados e torturados pelo grupo. A adolescente ainda foi estuprada por Champinha e outros homens antes de ser morta por ele com golpes de facão. Felipe foi morto por um tiro por um dos adultos.
O crime chocou o país. Os quatro adultos foram julgados e condenados pela Justiça: Antônio Caetano Silva foi punido com 124 anos de prisão; Paulo Marques, 110 anos; Agnaldo Pires, 47 anos; e Antônio Matias de Barros, seis anos.
Pelo fato de ser menor de 18 anos à época do crime, Champinha foi encaminhado à Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem, que anos depois passou a se chamar Fundação Casa) para cumprir as medidas socioeducativas. Depois, foi transferido para a UES.
Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, na época da prisão dele, em 2003.
Reprodução
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