Empresário de Alexandre Pires consegue habeas corpus e deixa prisão em Tremembé, no interior de SP


Matheus Possebon, outros empresários e garimpeiros são investigados por movimentarem R$ 250 milhões em transações com cassiterita extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami. Matheus Possebon (à direita) é empresário do cantor Alexandre Pires e foi preso pela Polícia Federal de Santos
Reprodução/Redes sociais
Preso em uma operação contra garimpo ilegal, o empresário do cantor Alexandre Pires, Matheus Possebon, deixou a prisão em Tremembé (SP) na manhã deste sábado (9) após conseguir um habeas corpus na Justiça Federal.
Possebon deixou a penitenciária Doutor José Augusto Salgado, conhecida como P2 de Tremembé, por volta das 12h30. Os advogados de defesa buscaram o empresário em um carro de luxo e não parou para dar entrevistas.
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Empresário de Alexandre Pires deixa a P2 de Tremembé
Juliana Sever/TV Vanguarda
O empresário foi preso preventivamente na última segunda-feira (4) pela Polícia Federal de Santos, no litoral de São Paulo, após desembarcar do cruzeiro temático de Alexandre Pires. Ele estava na cadeia em Tremembé desde a manhã de sexta-feira.
Ele, outros empresários e garimpeiros são investigados por movimentarem R$ 250 milhões em transações com cassiterita — minério usado para a produção de tintas, plásticos e fungicida — extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, segundo a polícia.
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Habeas corpus
O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) concedeu o habeas corpus ao empresário Matheus Possebon na noite desta sexta-feira (8).
Na decisão, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso disse que existem “diversas situações fáticas que ainda merecem esclarecimentos” no que diz respeito à investigação.
A desembargadora escreveu ainda que, apesar do volume de informações na decisão que determinou a prisão do empresário, há fragilidade quanto à comprovação da periculosidade dos investigados e repetição dos supostos crimes.
A Justiça impôs as seguintes condições para que Possebon continue em liberdade. Veja a seguir:
Comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades;
Comparecer a todos os atos do processo;
Comunicar qualquer alteração de endereço.
Caso o empresário descumpra qualquer uma das medidas, a prisão preventiva poderá ser novamente decretada.
A defesa de Matheus Possebon disse que “felizmente o erro foi corrigido”.
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Investigação
O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), e supostamente transportado para Roraima para tratamento.
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PF/Divulgação
Cassiterita é um metal usado para produzir ligas como as folhas de flandres, utilizadas na fabricação de latas de alimentos, no acabamento de carros, na fabricação de vidros e até na tela dos celulares. As investigações apontam que a dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima.
Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.
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