Denúncia chegou ao conhecimento da profissional após uma paciente desconfiar do jeito que a outra mulher a atendeu durante uma sessão. Caroline Galvão, psicóloga que teve seu registro profissional copiado
Arquivo pessoal
Imagine você estudar, se formar, conseguir o tão sonhado diploma e o registro profissional e, depois, descobrir que outra pessoa está se passando por você? Foi o que aconteceu com uma psicóloga de São José dos Campos (SP).
Caroline Aparecida Costa Galvão, de 29 anos, é psicóloga formada há seis anos e atende no município de forma presencial e online – e foi através da web que ela descobriu que alguém com o nome semelhante estava se passando por ela, inclusive realizando atendimentos utilizando seu número do CRP (Conselho Regional de Psicologia).
“Eu recebi uma mensagem de uma pessoa dizendo que ela havia passado por um atendimento psicológico com uma mulher que se apresentou com o mesmo nome que o meu e com o meu CRP”, contou.
Num primeiro momento, ela duvidou da mensagem que havia recebido da paciente. No entanto, quando a mulher havia mostrado a conversa que teve com a falsa psicóloga, Carol decidiu dar um crédito à denúncia.
“Eu acompanho isso com os meus pacientes diariamente: pacientes caindo em golpes, comprando coisas que não existem, ou pessoas pedindo dinheiro de alguma forma, então eu não dei muita bola, não acreditei muito no que ela estava me dizendo e deixei para lá”, disse Carol.
Caroline Galvão, psicóloga de São José dos Campos
Arquivo pessoal
A paciente relatou à psicóloga de São José dos Campos que havia recebido indicação de uma amiga sobre a falsa profissional e que havia solicitado o número do CRP – que batia com o de Carol. O atendimento havia sido feito online.
“Ela fez um atendimento e quando acabou, ela achou muito estranho, sem embasamento, sem técnica e desconexo. A paciente ficou desconfiada e começou a me procurar nas redes sociais. Foi aí que ela me mandou essa mensagem e me disse: ‘Eu acabei de passar por um atendimento, a pessoa está se passando por você e eu acho que seria bom você saber’”, continuou.
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A cliente que foi atendida pela suposta psicóloga é uma advogada e sugeriu à Caroline que procurasse uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência por estelionato – e foi o que ela fez: procurou a Polícia Civil, registrou o boletim e também procurou o Conselho, que a orientou a alertar os seus pacientes nas redes sociais.
“Eu não conheço a mulher que se passava por mim. Demora um pouco para cair a ficha, porque a gente imagina que isso nunca vai acontecer com a gente, então eu fiquei um pouco desacreditada no início, mas quando eu vi que realmente era verdade, além de fazer o boletim, eu acionei o CRP”, finalizou.
Investigação
O g1 acionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e o Conselho Regional de Psicologia para comentar a denúncia e saber do andamento das investigações, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
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