Padre é condenado a um ano de prisão após ofensas racistas contra garçom em pizzaria em Jacareí

Sentença foi definida nesta segunda-feira (8) e religioso deve cumprir a pena em regime aberto. Caso aconteceu em julho de 2021. Padre Wendel Ribeiro foi condenado nesta segunda-feira (8)
Arquivo/TV Vanguarda
O padre Wendel Ribeiro, da Diocese de São José dos Campos, foi condenado a um ano de prisão por injúria racial contra um garçom em uma pizzaria em Jacareí. A sentença é desta segunda-feira (8) e prevê que a pena seja cumprida em regime aberto.
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Na sentença, o juiz Marcos Augusto Barbosa dos Reis considerou que o garçom ofendido foi humilhado e que o padre ofendeu a dignidade da vítima.
“O acusado, […] por meio de sua lastimável e desprezível conduta, ofendeu a ‘dignidade da vítima afrodescendente em razão de sua raça e cor’, humilhando-o. E realmente ele não dispensaria esse tratamento ‘a outro grupo em razão da cor e etnia’”, ponderou.
O g1 tenta contato com a defesa do padre Wendel Ribeiro e com a Diocese de São José dos Campos. A reportagem será atualizada assim que as partes se manifestarem.
Garçom registra boletim de ocorrência contra padre após ofensa racista em Jacareí
O caso
Toda a situação aconteceu no dia 18 de julho de 2021. Na ocasião, o garçom, de 62 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o padre após alegar ter sido alvo de xingamentos racistas em uma pizzaria de Jacareí.
De acordo com o relato do garçom, o padre sentou em uma mesa no salão principal e quando ele se aproximou para servi-lo, o cliente permaneceu de cabeça abaixada e se recusou a aceitar a pizza. Segundo o relato do trabalhador, a cena se repetiu por seis vezes e em todas houve recusa.
O cliente foi até o balcão e foi questionado por outro funcionário sobre o motivo das recusas, e, segundo o boletim, ele disse que não queria ser servido por aquele “pretinho” e em seguida apontou para o garçom. De acordo com o funcionário, não foi a primeira vez que ele destratou trabalhadores no local.
Na época, a Diocese de São José dos Campos, responsável pela atuação católica na cidade, informou que apurava a situação e que atos de racismo são inaceitáveis em qualquer esfera da sociedade.
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