Acordo havia sido anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no dia 18 de janeiro. Pedido foi efetivado na Justiça na sexta-feira. Estado desiste de ação que pede demolições na Vila Sahy em São Sebastião
A Procuradoria do Estado de São Paulo entrou com um pedido de extinção do processo em que pedia a demolição das casas em área de risco na Vila Sahy, em São Sebastião, no Litoral Norte.
O pedido foi protocolado na Justiça na sexta-feira (26), e ainda não há resposta do Judiciário.
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No documento, a CDHU diz que considera ser possível a construção de uma solução concreta de recuperação da área e proteção das famílias, com um projeto de urbanização que atenda a comunidade sem necessidade da esfera judicial.
Casas destruídas na Vila do Sahy, após temporal histórico.
Fábio Tito/g1
O acordo já havia sido anunciado pelo governador Tarcísio de Freita em reunião realizada com moradores da Vila Sahy, no dia 18 de janeiro. Na ocasião, a gestão informou que a desistência do processo judicial atende um pedido de moradores da comunidade e que buscará novo projeto para área.
“A decisão está fundamentada no compromisso mútuo de construir um projeto coletivo que acolha e ofereça moradia digna às famílias que residem na área”, diz nota.
A Vila Sahy foi o epicentro da tragédia que atingiu a cidade em fevereiro, quando um temporal devastador atingiu o litoral e deixou 64 mortos e milhares de desabrigados em São Sebastião.
Nesta quinta-feira (18), o governador Tarcísio de Freitas esteve na cidade e participou de uma reunião com cerca de 40 pessoas, entre associação de moradores, advogados e lideranças.
Na pauta, o governador tratou de temas como a entrega das unidades habitacionais – que estão atrasadas – e sobre o processo sobre demolição de casas na vila Sahy. Tarcísio foi embora sem falar com a imprensa.
Justiça autoriza demolição de imóveis indicados na Vila Sahy em São Sebastião
Demolições na Vila Sahy
No fim de novembro, o governo estadual pediu à Justiça a remoção imediata de moradores que estavam em áreas de risco. O pedido incluía ainda a demolição de 893 imóveis.
Cerca de um mês depois, a Justiça autorizou, em um esquema de fases, a demolição de 198 imóveis que já foram desocupados e 39 obras em andamento, desde que todos estivessem em áreas comprovadamente de risco muito alto ou risco alto.
De acordo com a decisão, para que as demolições sejam feitas o estado precisa fazer vistorias, laudos técnicos e avaliação econômica individualizados de cada imóvel.
Além disso, o Estado precisa comprovar o atendimento habitacional aos moradores e agendar uma audiência ou reunião pública para explicar para a população como os trabalhos deverão acontecer.
Casas demolidas na Vila Sahy, em São Sebastião, SP
Arquivo pessoal
Moradias
Desde a tragédia, em fevereiro de 2023, o Estado se comprometeu a oferecer moradias populares para as famílias atingidas. São 704 unidades em construção em dois bairros: Maresias e Baleia Verde.
Segundo a CDHU, as 704 moradias que vão atender as famílias afetadas pela tragédia estão em fase final de acabamento e paisagismo. O novo prazo dado pelo estado para a entrega das moradias é fevereiro.
Procuradoria pede remoção imediata de moradores da Vila Sahy
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