Oito pessoas seguem desparecidas. A vítima encontrada, segundo a Marinha do Brasil, é uma das pessoas que estava presa em um carro que está submerso nas águas do Rio Tocantins. Marinha busca por mortos após desabamento de ponte no Rio Tocantins
Reprodução/CBMMA
A Marinha do Brasil corrigiu, no início da tarde deste sábado (28), para nove o número de mortos após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins. Oito pessoas seguem desaparecidas.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maranhão no WhatsApp
A correção foi feita após a Marinha constatar que a vítima encontrada, no fim da noite de sexta-feira (28), era uma das pessoas que estava presa no carro que continua submerso nas águas do Tocantins. O corpo ainda não foi identificado pelas autoridades.
As buscas pelas vítimas seguem sendo realizadas com o auxílio de mergulhadores e barcos. Trabalham em conjunto equipes da Marinha, do Corpo de Bombeiros do Maranhão e do Tocantins.
A ponte, na BR-226 que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou na tarde do último domingo (22). Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
LEIA MAIS:
Retirada de tanques com ácido e pesticidas do rio Tocantins pode demorar até 1 mês, diz IBAMA
Tanques de caminhões com substâncias químicas que caíram no Rio Tocantins após desabamento de ponte estão intactos
Marinha divulga imagens de tanques que caíram no rio Tocantins; carga ficou intacta, diz governo do MA
Profundidade do rio Tocantins dificulta buscas por vítimas de desabamento de ponte que liga o MA e TO, diz Marinha
Outras vítimas localizadas
Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará;
Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;
Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;
No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO);
Um homem de 36 anos, Jairo Silva Rodrigues, foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito;
Nessa quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares , de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos;
Na manhã dessa quinta-feira (26), mergulhadores localizaram mais dois corpos de vítimas. Não há informações sobre a identidade dessas duas vítimas, pois os corpos ainda não foram retirados da água, devido à falta de condições seguras para os profissionais de resgate;
Rosimarina da Silva Carvalho, 48 anos, encontrada nesta quinta (26).
Tanques com substâncias químicas estão intactos
Os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26), pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.
O desabamento
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado (21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação (assista abaixo, na reportagem do Fantástico).
Veja o antes e depois da ponte que desabou entre Maranhão e Tocantins; FOTOS
Causa do desabamento
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
Ponte rodoviária desaba na divisa de Tocantins e Maranhão
“Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA”, diz o DNIT, em nota.
Rachadura na ponte
Um vereador de Aguiarnópolis (TO) filmava rachaduras na ponte no momento em que a estrutura começou a ceder. Assista abaixo:
Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda
Arte/g1